“Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.”
Contemporaneamente a temática bullying vem ganhando espaço na mídia a nível mundial, sendo sempre alvejado de comentários de cunho negativo, causando inquietações nos diversos segmentos sociais que se deparam em seus cotidianos com relações vinculares sendo maculadas por atos agressivos de variadas faces que se graduam desde sutis ofensas pejorativas até atos de cunho criminoso.
Sendo caracterizado essencialmente como atitudes que visam ao exercício e/ou à manutenção de domínio compulsório entre sujeitos, o bullying, assume variações que podem caracterizá-lo como direto, quando atinge a vítima sem meios intermediários e também indireto, quando visa à ridicularização e/ou segregação social do vitimado por meio de críticas de hábitos do mesmo ou proliferação de comentários negativos que venham a lhe comprometer o convívio social.
Assíduo frequentador dos ambientes de movimentado trânsito social, sobretudo e enfaticamente nas escolas, estas práticas sejam explícitas ou sutis partem, segundo pesquisas, em grande parte dos casos de indivíduos que sentem necessidade de se sobressaírem em determinados vínculos sociais e que buscam como meio para atingir seus objetivos a anulação de quaisquer atos de destaque de outras pessoas que façam parte de seu círculo social. Neste cenário de intimidações o autor do bullying, geralmente visa à depreciação e/ou ridicularização de quaisquer destaques por parte de outros que venham a lhe tirar do alvo das atenções.
São frequentes hábitos de Bullying:
- Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
- Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
- Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os
- Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
- Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
- Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
- Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bullying.
- Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bullying tenha tomado ciência.
- Isolamento social da vítima.
- Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).
- Chantagem.
- Expressões ameaçadoras.
- Grafitagem depreciativa.
- Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bullying avaliar que a pessoa é uma “vítima perfeita”).
- Fazer que a vítima passe vergonha na frente de varias pessoas.
Atos tais os quais descritos pelas razões acima arroladas, fazem da importância do ato de educar, não somente necessário e fundamental, mas nobre, haja vista ser a educação o elemento basilar para se atingir a dignidade humana, por meio de uma convivência solidária, humana, visando ao patamar da equidade e moralidade.
À pratica educativa e aos educadores lato sensu, permeados pelas práticas pedagógicas e sensível ao caráter afetivo cabem a missão de promover uma sociedade mais justa, por meio de uma formação humanística equitativa, solidária, sustentável e humana.
Eduque para a prevenção, para não ser preciso uma educação para a punição!
Por: Adriano Pereira da Silva
Referências
- ? O que é Bullying? em bullying.com.br
- The Harassed Worker, Brodsky, C. (1976), D.C. Heath and Company, Lexington, Massachusetts.
- Anti-Bullying Center Trinity College, Dublin.
Indicação de Filme: Bullying: Provocações sem Limites.