Que tal ulitilizar músicas em sala de aula junto com o projeto Semiárido


Sugestões de músicas para o trabalho com o projeto Semiárido.
1 - Abc do sertão                   11 - Velho Chico
2 - Meu Pé de serra                12 - Migrante
3 - Sêca Nordestina                13 - Noturno
4 - Último Pau de Arara          14 - Breve Biografia
5 - Nordestino Lutador           
6 - Asa Branca
7 - Caminhos do Sertão
8 - Baião de dois
9 - Herói do meu sertão
10 - Aqui morava um rei

Clique e leias as obras citadas.
ABC DO SERTÃO
Luiz Gonzaga
Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê
Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê.

NO MEU PÉ DE SERRA
Luiz Gonzaga
Lá no meu pé de serra deixei ficar meu coração
ai que saudade tenho eu vou voltar pro meu sertão

No meu roçado eu trabalhava todo dia
mas no meu rancho tinho tudo que eu queria
lá se plantava quase toda quinta-feira
sanfona não voltava e tome xote a noite inteira

O xote é bom de se dançar,
a gente gruda na cabocla sem soltar
um passo lá, um outro cá
enquanto o fole tá tocando, tá gemendo
tá chorando, tá sugando, reclamando sem parar

SÊCA NORDESTINA
Accyoli neto

O mandacaru secou
O agave e a mancambira
Que a folha virou imbira
Maniçoba esturricou
Aveloz amarelou
Lá não tem mais nada verde
Gado com fome e com sede
Dê um jeito meu senhor
Lá secou meu senhor
Lá secou meu senhor
Bahia de todos os santos
Pernambuco e seridó
Em muitos e muitos outros cantos
Ceará e maceió
É a seca nordestina
Paraíba masculina
Sempre sempre é a pior
E o moxotó é de fazer dó
E o moxotó é de fazer dó
Seu doutor tá tudo seco
Baxio tabuleiro e chá
Lá morreu tudo de sede
Cururu caçote e rã
Lá não tem mais nada verde
Nem mesmo o maracanã
Só resta o símbolo da seca
A cigarra e acauã
Acauã acauã

ULTIMO PAU DE ARARA
Luiz Gonzaga
A vida aqui só é ruim quando não chove no chão
mas se chover dá de tudo fartura tem de montão
tomara que chova logo tomara meu deus tomara
só deixo o meu cariri no último pau-de-arara (BIS)

Enquanto a minha vaquinha tiver o couro e o osso
e puder com o chocalho pendurado no pescoço
eu vou ficando por aqui que deus do céu me ajude
quem sai da terra natal em outros cantos não para
só deixo o meu cariri no último pau-de-arara (BIS)

NORDESTINO LUTADOR
Flávio José , Itanildo Show
Quero cantar
O mundo todo em poesia
Na melodia
Que o destino vem me dar
Passar o tempo declamando
O pobre coração, que bate
Conversando sem falar
Quero ver o povo dessa terra
Que berra, pra ter um pão
Quero ver o fruto desse chão
Quero ver o tempo melhorar
Tudo que eu pedir
Tudo que eu sonhar
Tudo que eu puder viver
Quero dividir
Quero ter pra dar
Tudo que eu tiver que ter
Eu quero um xote
Quero um cheiro no cangote
Quero paz e quero sorte
Eu sou um cantador
Chegou a hora de cantar
Eu vou mimbora
Tô pensando que agora
Eu tenho mais valor (bis)
Eu, tenho esse sonho maluco
Eu não quero virar suco
Seu doutor
Quero a rédea do meu destino
Eu também sou, nordestino
Lutador

ASA BRANCA
Luiz Gonzaga

Quando oiei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu,ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio
Se espanhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

CAMINHOS DO SERTÃO
Flávio José, Itanildo Show

Foi numa pétala
Arrancada de uma flor
Que escrevi
Os versos do meu coração
Olhando pra caligrafia que ficou
Lembrei do tempo
Que passei no meu sertão
E na lembrança
Dos caminhos que vivi
Passei batido
Naufraguei na ilusão
Foi relembrando
O meu passado que eu senti
O tempo todo
Que eu não via uma razão
Toda a minha vida
Todos só caminhos
Não queriam dar em nada
E hoje trago dentro do meu peito
Toda essa vontade de cantar
Eu não sei porque
Nem porque será
Desde o tempo de menino
Luto pra viver
Vivo pra lutar
Vou seguindo o meu destino

E comecei a cantar xote
E a rodar pelo país
Acompanhado do meu fole
Foi tudo o que eu sempre quis
E hoje canto o meu nordeste
E vivo levantando pó
Fale quem quiser
Eu não fico só
Tô com meu forró

BAIÃO DE DOIS
Humberto Teixeira
Capitão que moda é essa, deixe a tripa e a cuié
Home não vai na cozinha, que é lugá só de mulhé
Vô juntá feijão de corda, numa panela de arroz
Capitão vai já pra sala, que hoje têm baião de dois

Ai, ai ai, ó baião que bom tu sois
Se o baião é bom sozinho, que dirá baião de dois
Se o baião é bom sozinho, que dirá baião de dois
Ai ai, baião de dois, ai ai, baião de dois

Capitão que moda é essa, deixe a tripa e a cuié
Home não vai na cozinha, que é lugá só de mulhé
Vô juntá feijão de corda, numa panela de arroz
Capitão vai já pra sala, que hoje têm baião de dois

Ai, ai ai, ó baião que bom tu sois
Se o baião é bom sozinho, que dirá baião de dois
Se o baião é bom sozinho, que dirá baião de dois
Ai ai, baião de dois, ai ai, baião de dois

HERÓI DO MEU SERTÃO
Flávio José

Eu já fiz de tudo em festa de vaquejada
Em mato fechado já derrubei barbatão
Já me agarrei com touro valente acuado
Já fui o melhor em festa de apartação
Com braços fortes montado no meu cavalo
Eu me sentia o herói do meu sertão
Mas não pensava em um dia ser laçado
E arriado pela força da paixão
Eu já fiz de tudo em festa de vaquejada
Em mato fechado já derrubei barbatão
Já me agarrei com touro valente acuado
Já fui o melhor em festa de apartação
Guardo comigo todos troféus que ganhei
Roupa de couro que só me deu proteção
O meu cavalo com minha sela macia
E a novilha que ganhou meu coração
Eu já fiz de tudo em festa de vaquejada
Em mato fechado já derrubei barbatão
Já me agarrei com touro valente acuado
Já fui o melhor em festa de apartação.

AQUI MORAVA UM REI
Ariano Suassuma 

Aqui morava um Rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão
Pedra da sorte sobre o meu destino
Pulsava junto ao meu seu coração
 
Para mim, seu cantar era divino
Quando ao som da viola e do bordão
Cantava com voz rouca o desatino
O sangue o riso e as mortes do sertão

Mas mataram meu pai, desde esse dia
Eu me vi como um cego sem meu guia
Que se foi para o sol, transfigurado
 
Sua Efígie me queima, eu sou a presa
Ele a brasa que impele ao fogo, acesa,
Espada de ouro em Pasto Ensangüentado

VELHO CHICO

Deus mande chuva
Lá pra serra da canastra
Chuvas fortes, chuvas vastas
Pro velho Chico emergir
Quero sentir
A força da natureza
Fazendo a sua correnteza
De novo puder subir
Vamos unirmos
Replantar as suas margens
Devolver toda paisagem
Que o Chicão teve outrora
Chegou a hora
Dos homens que têm poder
Drenarem pra não se ver
O velho Chico ir embora
Em cada proa
Que aparece em seu leito
É um pedido com jeito
De não me deixem morrer
Deixem as usinas
Mas param a poluição
Agrotóxicos e a erosão
Em todo canto se ver
Devolvam aos peixes
Seu santuário sagrado
Que o velho Chico calado
Só tem de lhe agradecer

MIGRANTE
Paulo Gondim

Lá onde eu nasci, não se sabe da sorte
Mas muito da morte, se sabe mais cedo
Mas logo se aprende, que a vida é uma só
Se o homem é de pó, não se pode ter medo
Assim, aprendi e com muita clareza
Só tive a certeza, que a vida era dura
Não tive saída, nem outra opção
Viver é ação, é tudo aventura
Andei por veredas, por muitos caminhos
Em meus desalinhos, meus sonhos perdi
Ganhei muitos calos nos pés e nas mãos
Segui a lição, no mundo eu vivi
E como exilado, no próprio país
Distante me fiz de tudo escondido
Fechado, isolado, fiquei tão sozinho
E nesse caminho, me vi mais perdido
Mas em todo canto por onde eu andei
Eu sempre lembrei de meu pobre lugar
E sei que a saudade um dia me alcança
Não perco a esperança de um dia voltar

NOTURNO
 Ariano Susassuna

Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.

Será que mais Alguém vê e escuta?

Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.

Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?

Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.

Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...

Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.

Ó meu amor, por que te ligo à Morte?

BREVE BIOGRAFIA
 Ariano Suassuna

Nascimento - A Viagem
Com tema de Fernando Pessoa

Meu sangue, do pragal das Altas Beiras,
boiou no Mar vermelhas Caravelas:
À Nau Catarineta e à Barca Bela
late o Potro castanho de asas Negras.

E aportou. Rosas de ouro, azul Chaveira,
Onça malhada a violar Cadelas,
Depôs sextantes, Astrolábios, velas,
No planalto da Pedra sertaneja.

Hoje, jogral Cigano e tresmalhado,
Vaqueiro de seu couro cravejado.
Com Medalhas de prata, a faiscar,

bebendo o Sol de fogo e o Mundo oco,
meu coração é um Almirante louco
Que abandonou a profissão do Mar.

Referencias:

Internet:


Postado por Rodrigo Vicente

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