Um pouco de História.
A história da resistência ao cativeiro na Bahia é tão antiga quanto à implantação da mão-de-obra escrava no Brasil, considerando que já no século XVII, precisamente em 1629, na localidade do rio Vermelho, em Salvador havia um quilombo cuja destruição ocorreu em 1642, por ordem do governador da Capitania. O governo de Portugal se interessava na "repressão aos índios que assaltavam os estabelecimentos e povoações" e na "destruição de quilombos e mocambos de negros fugidos, os quais se tornavam temerosos nos assaltos das estradas". Existem levantamentos realizados por variados autores (Clóvis Maura, Alípio Goulart, Tomás Pedreira) que estabelecem uma longa cronologia de insurreições, não só na Bahia, mas em todo o Brasil. Notadamente na Bahia, em 1692, irrompeu séria rebelião de escravos comandada pelos negros Domingos de Leme Morais e Veríssimo Morais da Silva que prenderam o capitão-mor. Seguem-se a essas outras lutas que se estenderam até meados do século XIX. Neste ciclo de formidável resistência dos oprimidos se inscreve a Revolta dos Malês, datada de 1835, "sem dúvida a dirigida com mais habilidade e plano regular", segundo depoimento de Manoel Alves Branco, ministro da Justiça à época. Destacaram-se como principais dirigentes da insurreição os pretos Pacífico Licutan, Ahuna, Manoel Calafate e Luiza Mahin , participantes de várias reuniões conspiratórias, com outros negros, trabalhadores em saveiros de Santo Amaro e Itaparica. Iniciada a 24 de janeiro de 1835, no dia seguinte os escravos, em grande número dirigiram-se ao Forte da Cavalaria, "sendo detidos por tropas governamentais, que sobre eles carrega a Cavalaria, ao mesmo tempo em que da janela do Forte os alvejavam a bala. Após enorme carnificina, os negros são batidos sem apelação", o que vem explicar o caráter cruel e violento do Regime Colonial e escravocrata.
Fonte: http://grabois.org.br/beta/cdm/revista.
Você conhece?
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã Burucu veio em seu socorro. Apontou para o fundo do lago com seu ibiri, seu cetro e arma, e de lá retirou uma porção de lama. Nanã deu a porção de lama a Oxalá, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos orixás povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem morre e seu corpo tem que retornar a terra, voltar à natureza de Nanã Burucu. Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Fonte: Fonte: Livro Mitologia dos Orixás, 2001
IMAGENS QUE FALAM.
TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO – TEM
ABDIAS DO NASCIMENTO
Você conhece a FENOMENOLOGIA?
Husserl construiu a Fenomenologia como uma vertente crítica ao naturalismo vigente à sua época, que insistia em negar a subjetividade para estudar os fatos naturais como se fosse uma realidade única. Voltou-se, portanto, ao mundo interior dos homens, chamado transcendental, onde ser fará a conexão possível entre as coisas em si e as idéias. Husserl privilegia, portanto, o estudo da consciência que define como uma instância psíquica que constitui significações seja ao apreender ou ao constituir os significados dos acontecimentos naturais ou psíquicos. A consciência é entendida pela Fenomenologia de Husserl como sendo um “fluxo temporal de vivências”, peculiar, porque é imanente, ou seja, capaz de dar sentido às coisas e de apreender através da intuição aquilo que é universal, já que ela capta a multiplicidade de fatos e a sua essência comum. Outro aspecto importante da consciência diz respeito à sua “intencionalidade”. Chauí (1988) descreve a intencionalidade como “dirigir-se para, visar alguma coisa”, o que a torna uma atividade constituída de atos que visam a algo. “Toda consciência é uma consciência de algo.”.
Fonte: ZILLES, U. Teoria do Conhecimento. Porto Alegre, Edipucrs, 1994.
PARA REFLETIR!
Os negros são humanos, não super humanos, como qualquer um possui personalidades diversas, interesses financeiros e aspirações distintas. Há negros que jamais lutarão pela liberdade, há outros que procuram obter com a luta vantagens pessoas e há outros que colaborarão com os opressores, tais fatos não devem ser motivos de desespero, todo grupo e todo povo possui a sua parcela de covardes, oportunistas e traidores; o golpe do martelo do racismo e da pobreza fatalmente tem que perverter e corromper alguns. Não se pode esperar que o fato de um povo ser oprimido, leve todos os cidadãos a serem virtuosos e dignos. O importante é que as características da maioria seja a honra, a decência e a coragem.
Martin Luther King
MEMÓRIA COLONIAL
1537 – Papa Paulo III – Bula Veritas IPSA – “(...) Os índios, aptos para fé de Cristo, capazes de viver em Liberdade, e deviam ser atraídos ao rebanho cristão pela catequese (...)”
7/6/1559: Mem de Sá arrasa 4 aldeias Tupiniquins; em suas próprias palavras, "vim queimando e destruindo todas as aldeias que ficaram atrás".
9/6/1559: Batalha dos Nadadores (travada dentro d'água) entre Mem de Sá e os Tupiniquim, que vingam a destruição de 4 aldeias.
20/3/1570: Lisboa proíbe a escravidão indígena, exceto em caso de "guerra justa" e no caso dos irredutíveis Aimoré da BA e ES.
OUTRA POSTURA...
O Professor deve estimular o aluno permanentemente para:
Expressar-se de maneira fundamentada;
Exercitar o questionamento sempre;
Exercitar a formulação própria;
Reconstruir autores e teorias;
Cotidianizar a pesquisa.
Cinco desafios da pesquisa para o professor:
(re) construir projetos pedagógicos próprios;
(re) construir textos científicos próprios;
(re) fazer material didático próprio;
(re) Inovar a prática didática;
Recuperar constantemente a competência.
C A P Í T U L O CXLVII
Que trata de quais foram os primeiros povoadores da Bahia.
Postado por Rodrigo Vicente